domingo, abril 03, 2005

Sobre o mar



Para esquecer você

Ao mar que cala, dor que suscede
Lágrimas que ocorrem na escuridão
Entregue as trevas, os olhos turvos

Pedidos na escuridão
Entrego a morte o amor
Enterro no vazio coração

Sob as águas que banham o luar
Sob as ondas que não querem calar

Por Patrícia Schmidt Rodrigues

Começa a semana


Cansei de brincar
Cansei de mistérios
Cansei de fingir indiferença
Cansei até de me imaginar ao teu lado
Sei não é fácil deixar meu amor por ti morrer
Sei que por mais que eu tente não poderei te esquecer
Mas sei que um dia você se dará conta de que ninguém poderá lhe oferecer o que lhe entreguei;
Assim tão livremente.
Talvez não tenha sido no momento certo,
Ou você simplesmente não o mereça.
E talvez, talvez, eu aprenda a viver sem sofrer de amores por você.

Limiar


Doce culpa carrega meu nobre coração
Desespero entre fortes laços
Vida que some, dor que dilacera
Nada impede... nada gera
A vida segue mas o curso muda
A dor que deveria se dissipar
cria ainda mais profundos sulcos

Não tenho o que quero, ninguém tem ...
Nem sei se o que desejo é de meu merecimento
Oh... nossos erros mais simples
Mero tempo que desperdicei

Como rejeitar o que me deste...
Porém, por mais que a dor siga seu curso
Não espero entregar a Ti exatamente o que recebi
Pois desse presente, quiçá... algo se salve

Talvez nessa longa jornada algo me tenha aprendido
E assim esse presente apesar de ainda me assustar, não seria em vão
E a dor de saber a verdade uma afronta, a própria existência d’alma
Pois o presente que me deste, o qual antes eu julgava grosseiro e quis por demais vezes jogar-lo fora me rendeu prazeres nunca dantes concebidos

Agora sim, sou capaz de aceitar de maneira completa o sublime dom que me entregaste, dom que me permite ser única, mudar, criar... não sou mais mero lixo imutável
Agora tenho o dom de me aperfeiçoar, aprender.


Por Patrícia Schmidt Rodrigues